O nosso mel e os nossos produtos apícolas são produzidos principalmente na região amazónica e sub-amazónica brasileira (Cerrado), bem como na região da Caatinga (que cobre a parte interior do nordeste do Brasil, junto à costa atlântica) e noutras regiões apícolas brasileiras.
O mel recolhido nestas regiões possui grandes fontes florais com cores e sabores variados devido às diferenças botânicas e geográficas e à grande extensão do país. O Brasil tem a maior extensão de floresta natural do mundo e clima tropical na maior parte da sua área.
São cerca de 300 milhões de hectares de reservas, territórios indígenas e outras áreas protegidas para a biodiversidade e a floresta tropical. A ausência de contaminação por antibióticos e pesticidas diferencia positivamente o mel brasileiro no mercado internacional. Todos os fatos citados anteriormente permitem que o Brasil tenha o maior potencial de produção de mel orgânico do mundo, o mel brasileiro é reconhecido mundialmente por ser puro, livre de resíduos e referência em qualidade.

O mel no Brasil (Amazônia, sub Amazônia – Cerrado, Caatinga – região Norte e Nordeste) é produzido principalmente por abelhas africanizadas (Apis mellifera scutellata), que são abelhas muito fortes, ágeis e extremamente resistentes a doenças, a ponto dos apicultores não utilizarem tratamentos com antibióticos ou medicamentos para tratar as abelhas. O Brasil também abriga várias espécies de abelhas sem ferrão pertencentes à tribo Meliponini, com mais de 300 espécies já identificadas e provavelmente mais ainda a serem descobertas. Estas espécies variam muito em forma, tamanho e hábitos, e 20 a 30 destas espécies têm um bom potencial como produtores de mel.
As abelhas sem ferrão mais presentes são as espécies Jandaíra (Melipona subnitida) e Uruçu-verdadeira (Melipona scutellaris) no nordeste do país, Mandaçaia (Melipona quadrifasciata) e Uruçu-amarela (Melipona rufiventris) no sul e sudeste, Tiúba ou Jupará (Melipona interrupta) e abelha-palha (Scaptotrigona polysticta) no norte e Jataí (Tetragonisca angustula) em todo o país são cada vez mais criadas por pequenos, médios e grandes produtores. Portanto, o Brasil é o melhor lugar do mundo para a produção de mel orgânico.
O mel do Brasil (Amazónia) é composto por cerca de 200 substâncias, incluindo açúcares, aminoácidos, proteínas, ácidos orgânicos, flavonóides, ácidos fenólicos, compostos voláteis, vitaminas, minerais, pigmentos, cera, enzimas, grãos de pólen e outros fitoquímicos. A composição química do mel está intrinsecamente relacionada com factores como a espécie de abelha, a origem geográfica, a flora, as condições climáticas, as estações do ano, o processamento, a manipulação e as condições de armazenamento. As análises de controlo de qualidade são extremamente importantes para avaliar a origem, a qualidade, a adulteração, as condições de armazenamento e a contaminação do mel.
O Brasil e a região da Amazónia, que apresenta uma grande biodiversidade, são capazes de oferecer muitos tipos diferentes de mel. A vegetação do estado do Maranhão e das regiões Norte e Nordeste do Brasil reflete os aspectos transitórios das condições climáticas e edáficas da região, variando desde ambientes salinos com a presença de manguezais, campos alagados, cerrados e palmeiras de babaçu, até vegetação florestal com características amazônicas.
Mel de flores silvestres da Amazónia (polifloral)
É o mel mais popular do Brasil. Provém da polinização de várias flores, razão pela qual existem diferenças subtis de cor e de sabor. O mel de flores silvestres da Amazónia tem uma cor que varia do âmbar claro ao amarelo claro, aroma floral e caraterístico, sabor floral e caraterístico. As principais famílias de plantas que as nossas abelhas utilizam como recurso floral para a produção de mel multifloral são as Amaranthaceae, Arecaceae, Asteraceae, Urticaceae, Euphorbiaceae, Lamiaceae, Fabaceae-Mimosoideae, Flacourtiaceae, Rubtaceae e Poaceae. Nas amostras de mel, as espécies de pólen de Mimosa pudica, Borreria e membros da família Arecaceae foram as mais importantes durante a estação das chuvas.
Na altura da colheita (transição entre a estação das chuvas e a estação seca), os mais importantes foram Hippis, Borreria e um tipo indeterminado de pólen da família Asteraceae. As espécies polínicas que apresentaram a maior persistência no pólen da amostra foram Euterpe oleracea, Asteraceae tipo 1, Mimosa pudica e Borreria. O mel de flores silvestres é recolhido tanto na estação das chuvas como fora da estação das chuvas, 2/3 das plantas melíferas a partir das quais se forma o mel de prado têm um período de floração durante a estação das chuvas (novembro a março/abril), enquanto 1/3 das plantas melíferas da Amazónia e do Nordeste do Brasil florescem fora da estação das chuvas (de maio a finais de setembro). Este mel tem propriedades antibacterianas, efeito antioxidante (rico em antioxidantes) e pode ajudar no funcionamento das vias respiratórias (tosse), tendo ainda potenciais efeitos benéficos na pele, regula a glicose, trata a caspa, cicatriza feridas, ajuda na perda de peso, melhora a memória, alivia a alegria.
As plantas melíferas de onde se obtém o mel na nossa Amazónia, situada no nordeste do Brasil, florescem durante todo o ano, pelo que podemos oferecer ao nosso mercado interno e externo, em qualquer altura, o nosso mel polifloral de flores silvestres da Amazónia, que é exatamente o mel mais puro e de melhor qualidade que se pode encontrar no mercado, tanto no Brasil como no resto do mundo.
Mel de mangue branco da Amazónia ( Laguncularia racemosa )
O mangue é um ecossistema costeiro que ocorre na transição entre a terra e o mar em regiões tropicais e subtropicais do mundo, ocupando ambientes inundados pelas marés, tais como: estuários, lagoas costeiras, baías e deltas. Estes ambientes são caracterizados, não necessariamente, pela mistura de água doce e salgada. Os manguezais têm sua importância relacionada às suas funções fundamentais, como a manutenção da qualidade da água, a fixação de sedimentos, o fornecimento de produção primária para o entorno e a manutenção da biodiversidade. As plantas que compõem o mangal e dominam a paisagem deste ecossistema são os mangais.
Na costa brasileira, os géneros mais abundantes são Avicennia (Avicenniaceae), Laguncularia (Combretaceae) e Rhizophora (Rhizophoraceae), e representantes do género Conocarpus (Combretaceae). A floração ocorre em julho e agosto.
O mel produzido pelas abelhas no mangue tem características particulares e diferenciadas do mel comum da mata primária, por isso é influenciado pelas propriedades do solo que envia nutrientes para as plantas onde são coletados os néctares das flores.
O mel que as abelhas produzem no mangal tem características especiais, pois é um mel muito claro, doce e líquido, este tipo de mel tem um efeito positivo no tratamento de dores reumáticas, perturbações digestivas como úlceras pépticas, diarreia, incluindo hemorróidas. As folhas, caules, frutos e flores do mangue têm na sua composição propriedades antioxidantes, anticancerígenas e antimicrobianas. Na medicina popular é utilizado na prevenção da anemia, diabetes, conjuntivite, dores de cabeça, diarreia, febre e hemorragias (alúmen). O mel de mangue tem grande potencial de utilização, uma vez que contém moléculas de substâncias bioactivas de grande interesse e relevância para uso farmacológico, tais como sais, ácidos orgânicos, hidratos de carbono, alcalóides, flavonóides, taninos, entre outros, que podem ser extraídos e utilizados nas áreas médica e cosmética.
Mel de caju da Amazónia ( Anacardium occidentale L.)
No Nordeste brasileiro existem grandes áreas de cajueiro ( Anacardium occidentale L.). Ocorre no estado nativo nos campos e dunas do litoral norte do Brasil, especialmente nos estados do Maranhão, Piauí e Ceará. As suas inflorescências são formadas por flores vermelhas, pequenas e perfumadas. O néctar é o recurso mais atrativo para os polinizadores, embora algumas abelhas também recolham pólen. As abelhas solitárias do género Centris, também conhecidas como abelhas coletoras de óleo, são os principais polinizadores do cajueiro. Espécies de abelhas sem ferrão como a abelha Jandaíra (Melipona subnitida) também recolhem o néctar das flores do cajueiro. As abelhas Centris precisam de óleo para construir os seus ninhos e alimentar as suas crias.
O mel de caju é de cor âmbar com o sabor específico da acidez que caracteriza adicionalmente este tipo de mel.
O sabor lembra muito o da cajuína – a bebida típica de origem indígena feita a partir do suco de caju clarificado, muito consumida nos estados do Ceará, Maranhão e Piauí, e que inclusive tem seu processo tradicional de produção registrado no Iphan como Patrimônio Cultural Brasileiro. O mel de caju, no entanto, é mais concentrado que o de cajuína e, portanto, muito mais escuro e espesso. O mel de caju é um poderoso anti-anémico, anti-gripe e é também um “adoçante” natural, de baixo índice glicémico (açúcar de digestão lenta), o que significa que quanto mais escuro for o mel, mais antioxidantes contém. O mel de caju é um excelente alimento para o tratamento da diabetes.
Croton da Amazónia (hábito e inflorescências de Croton sonderianus (A/B) & Croton heliotropiifolius )
Croton sonderianus , Croton inflorescences e Croton heliotropiifolius são plantas nativas do nordeste do Brasil que são as mais importantes fontes de néctar para a produção de mel de marmoleiro (Croton) durante a estação chuvosa (novembro – março). Produto genuíno de alta qualidade, este mel é colhido no sertão do nordeste brasileiro, o que torna o produto apreciado pelo seu valor nutritivo.
É considerado um dos melhores méis da Amazónia e do Brasil.
Cor límpida, tipo palha (amarelo dourado), com aroma suave, floral, ligeiramente frutado e caraterística marcante de marmelo. A textura do mel é aveludada com uma consistência espessa. O sabor é ceroso, cítrico e frutado. Tem ação anti-inflamatória, previne o envelhecimento e as doenças degenerativas.
O agradável e aromático mel de Cróton também ajuda e regula o intestino, é um ótimo tónico digestivo e um excelente remédio contra a enxaqueca crónica. Previne o envelhecimento e as doenças degenerativas.
Mel de eucalipto da Amazónia ( Eucalyptus cloeziana , grandis, citriodora, saligna, e urophylla )
O Brasil é o maior produtor de eucalipto do mundo. O estado do Maranhão tem cerca de 200 mil hectares de área plantada de eucalipto até 2020. É sabido que a plantação de eucaliptos é muito interessante para a produção de mel. Pode ser plantada sem tratamentos químicos, permitindo a produção de mel como área biológica, produzindo também mel com certificação biológica. Existem várias espécies de eucalipto plantadas no estado do Maranhão: Eucalyptus cloeziana, grandis, citriodora, saligna e urophylla. A floração do eucalipto oferece às abelhas e aos apicultores um segundo fluxo de néctar durante o ano. Isso acontece porque as árvores florescem numa época diferente das outras muitas flores do Cerrado. O mel de eucalipto tem uma cor mais escura (amarelo dourado), uma textura cristalizada, um sabor refrescante (caramelo, caramelo) e um cheiro balsâmico típico do aroma do eucalipto.
O mel de eucalipto é a escolha número 1 para o tratamento de doenças respiratórias.
- No tratamento de gripes e constipações: as suas propriedades antioxidantes, antivirais e antimicrobianas ajudam a restaurar o sistema imunitário, promovendo um aumento das defesas do organismo, fazendo com que o vírus da gripe ou constipação desapareça.
- Para desobstruir as vias respiratórias: ideal para o tratamento da asma, pneumonia, faringite, tosse, bronquite; alivia a congestão nasal e reduz o catarro e o muco.
- No sistema urinário: esvazia e desinfecta o sistema urinário, de condições como a cistite e a nefrite; contribui para a eliminação de cálculos renais, sem ter de recorrer ao uso de antibióticos.
- No sistema gástrico: elimina a gastrite. Tomar uma colher de sopa por dia, com o estômago vazio, faz desaparecer o desconforto causado pela gastrite.
É rico em vitaminas B6, B5, B3, B2, A, C, D. Contém magnésio, ferro, cobre, fósforo, cálcio, potássio, enxofre, manganês e sódio. Esta composição torna-o ideal para a recuperação do organismo após uma doença, baixos níveis de nutrição e para reforçar o processo de crescimento em crianças com mais de dois anos de idade.
A mistura natural de eucalipto e mel traz benefícios no que diz respeito aos cuidados de beleza, irradiando-os a partir do interior. O eucalipto, com o seu aroma balsâmico, contribui para gerar sensações de relaxamento emocional, limpando a mente e estimulando a parte sensorial, o que contribui para a regeneração do corpo de uma forma integral. Do ponto de vista externo, uma máscara na pele do rosto ajuda a recuperar a elasticidade e a hidratação, que tendem a desgastar-se devido à ação de agentes externos, como o ar, o sol ou o consumo de cigarros e algumas horas de sono.
Aplicado diretamente no cabelo durante alguns minutos, fornece nutrientes, restaurando o seu aspeto sedoso e brilhante.
A componente de eucalipto neste tipo de mel, embora se incline para as suas propriedades curativas, preventivas e nutritivas, não escapou à procura de sabores exóticos para os paladares mais exigentes, devido ao sabor a madeira que reside neste mel de eucalipto, juntamente com o seu forte aroma balsâmico.
Poejo da Amazónia – hortelã da índia , planta do mosquito , erva-dos-pobre ( Mentha pulegium )
Poejo da Amazónia ( Mentha pulegium ) (Hyptis atrorubens Poit. ) A Mentha pulegium também conhecida no Brasil como Poejo da Amazónia é uma das espécies mais conhecidas do género Menta da família Lamiaceae. Este tipo de mel pode ser considerado raro no Brasil. A cor deste mel varia entre o âmbar claro e o âmbar escuro, e é fortemente aromatizado com características gerais próximas das encontradas nas laranjas.
O mel de hortelã-pimenta da Amazónia tem grande utilidade como digestivo e no combate a gripes e constipações.
Na asma e bronquite é utilizado como expetorante (medicamento que tem a capacidade de provocar a expulsão das secreções brônquicas acumuladas), tosse crónica, calmante do sistema nervoso (o delicioso aroma e sabor da hortelã ajudam a reduzir o nervosismo), insónias e dores reumáticas, acidez no estômago, fermentações, náuseas, infecções parasitárias e problemas menstruais.